Um juiz alemão processou a chanceler Angela Merkel, por esta se ter alegrado publicamente com a morte do líder da Al-Qaida, Usama bin Laden, num ataque de forças especiais norte-americanas, em no Paquistão.
A queixa-crime contra a dirigente democrata-cristã foi apresentada ao abrigo de um artigo do Código penal germânico que coloca a aprovação de delitos sob a alçada da lei, confirmou hoje o ministério público de Hamburgo, Wilhelm Moeller.
Merkel declarou na segunda feira, logo após a Casa Branca ter anunciado o êxito da operação contra Bin Laden, que se congratulava com a morte do chefe da Al-Qaida, o qual assumiu a autoria moral dos atentados de 11 de setembro de 2011, nos EUA, em que morreram mais de três mil pessoas.
"Alegro-me por terem conseguido matar Bin Laden", disse Merkel na chancelaria federal.
A afirmação já tinha sido criticada por várias personalidades da vida pública alemã, incluindo membros da União Democrata Cristã (CDU), o partido da chefe do governo.
Na opinião do magistrado que apresentou a queixa, Heinz Uthmann, tal afirmação, "proferida pela filha de um pastor protestante, está para além de todos os valores, como a dignidade humana, a misericórdia e os valores do estado de Direito", afirma-se na fundamentação da queixa, entregue na quinta feira no ministério público de Hamburgo.
O jurista, 54 anos, exerce as funções de juiz no Tribunal de Trabalho de Hamburgo há 21 anos, e disse a um jornal de Berlim que é "um cidadão cumpridor das leis e que jurou fazer cumprir a justiça e o Direito", acrescentando que as afirmações de Merkel "revelam um comportamento indigno".
A chanceler tinha entretanto suavizado a sua declaração, através do porta-voz do executivo, admitindo que compreende que haja críticas às palavras que proferiu.
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