30 de março de 2011

Taquigrafia

Taquigrafia (do grego taqui = rápido e grafia = escrita) é um termo geral que define todo método abreviado ou simbólico de escrita, com o objetivo de melhorar a velocidade da escrita ou a brevidade, em comparação a um método padrão de escrita. A diferença entre taquigrafia eestenotipia é que a taquigrafia é feita a mão, geralmente usando lápis ou caneta; já a estenotipia utiliza máquinas próprias na composição dos taquigramas.                                  A taquigrafia é um sistema de escrita abreviada. Em geral usa sinais tirados da geometria (retas, círculos, pedaços do círculo...). Há sistemas de taquigrafia cujos sinais são tirados das letras comuns. Por ser abreviada, permite grande rapidez. É uma escrita fonética, ou seja, cada sinal taquigráfico refere-se a um determinado som, ou a determinados sons. Serve para o registro simultâneo do que está sendo falado: discursos, palestras, aulas, cursos etc. É de grande utilidade para qualquer pessoa, sem distinção.
Muito útil para para secretárias, estudantes, professores, escritores, jornalistas, enfim, para todos que precisam fazer anotações rápidas. De grande interesse também para quem queira escrever algo "em segredo", para ninguém entender.

RESUMINDO:
- Uma escrita sintética.
- Um sistema de escrita baseada em sons (escrita fonética).
- Um sistema de escrita avançado, que permite grande rapidez.
- Útil para qualquer pessoa.



Além dessas façanhas, a taquigrafia tem o mérito de exercitar a mente de quem a aprende. Como bem dizem os autores de “Teoria e Didática da Estenografia”, Pedro da Silva Luz e Wanda Canes Avalli, “o estudo da taquigrafia é uma verdadeira escola de disciplina intelectual, de concentração, de atenção, de coordenação, de memória gráfica, glóssica e lógica, de agilidade mental e vivacidade de compreensão."

Alguns estudiosos atribuem a invenção da taquigrafia aos hebreus; outros, aos gregos. Mas oprimeiro sistema organizado de taquigrafia, como a concebemos hoje, ou seja, uma grafia especial por meio de sinais especiais, e aceito oficialmente pelos historiadores como o primeiro sistema organizado de taquigrafia, foram as "Notas Tironianas", ou "Abreviaturas Tironianas", sinais taquigráficos inventados por "Tiro" (Marco Túlio Tiro), escravo e secretário de Cícero, o grande orador e político romano. Segundo o historiador G. Sarpe, no seu livro "Prolegomena ad Tachygraphiam romanam", publicado em 1829, o primeiro apanhamento estenográfico foi feito por ocasião de um discurso de Cícero contra Verres, no ano de 70 a.C. O segundo apanhamento registrado pela História, segundo Faulmann, foi em 8 de novembro de 63 a.C., por ocasião da segunda Catilinária.

Hoje em dia, taquigrafia e estenografia significam a mesma coisa, ou seja, uma escrita abreviada e rápida, com sinais tirados em geral da geometria (partes do círculo, círculo, retas horizontais, verticais, oblíqüas...). Antigamente era costume fazer-se uma distinção: alguém que tivesse uma velocidade de apanhamento até 80 palavras por minuto seria um "estenógrafo"; acima de 80 ppm, seria um "taquígrafo". Etimologicamente há uma cabal diferença entre "estenografia" e "taquigrafia". Veja este texto bem esclarecedor sobre o assunto, extraído do TRATADO DE TAQUIGRAFIA, do Prof. Afonso Maron:
           
  "Se compulsarmos os diferentes tratados que versam sobre a Estenotaquigrafia, notaremos que em todos eles existem profundas divergências não tão somente quanto ao emprego do termo técnico, como também quanto à significação que a ele imprimem.
               Veremos que muitos são os termos e que uns por exemplo empregam o termo Taquigrafia,enquanto outros opinam pelo emprego do vocábulo Estenografia. Se consultarmos a etimologia dessas duas palavras, ora em discussão, veremos queTaquigrafia se origina do grego Takys - depressa e Graphia - escrita, sendo pois Taquigrafia ao pé da letra: - "Escrita depressa". Estenografia vem também do grego Stenos - abreviado e Graphia - escrita, sendo que Estenografia é pois: - "Escrita abreviada". Facilmente se deduz, com as simples luzes da inteligência que esses dois termos são imprecisos, não nos dando o significado exato e perfeito do que seja na realidade a arte-ciência em apreço, porque pode-se muito bem escrever depressa sem ser abreviado e vice-versa.
             Para obviar tais inconvenientes e para criar um termo que melhor exprima a idéia de sua significação, o Prof. Nelson de Souza Oliveira formou com os mesmos prefixos gregos o vocábulo Estenotaquigrafia, isto é, escrever abreviado e depressa, que a nosso ver define com admirável exatidão a arte-ciência de que nos estamos ocupando.
             Em resumo, para que melhor se depreenda a alta significação do termo Estenotaquigrafia, temos:
             Taquigrafia - Escrever depressa
             Estenografia - Escrever abreviado
             Estenotaquigrafia - Escrever depressa e abreviado."


Uma pessoa de um método só consegue ler o que outra pessoa do mesmo método taquigrafou. E às vezes nem isso é possível, caso a outra pessoa tenha deturpado os sinais ou tenha inventado alguns sinais especiais (sinais convencionais) que só ela entende. Nesse caso seria como querer entender "letra de médico". Cada método de taquigrafia é diferente do outro. Embora em geral os métodos (os geométricos) tirem os sinais da geometria (partes do círculo, retas horizontais, retas verticais, oblíquas, etc), cada sinalzinho em cada método tem um valor diferente, um som diferente. Por exemplo, um tracinho horizontal, no método Maron, tem o som do "t". O mesmo sinal, no método Leite Alves tem o som de "ce/ze", no método Duployé tem o som de "d", no Pitman terá o som do "k" e este mesmo sinal, no Pitman, calcado (em negrito), terá o som de "g". Isto só com referência aos sinais básicos. Depois há os sinais iniciais e terminais especiais e ainda os taquigramas (sinais convencionais) que diferem bastante de um método para outro.

Há muitos métodos taquigráficos diferentes no mundo inteiro, muitos foram adaptados para a língua portuguesa e apenas um criado para a tal língua: o método Leite Alves.
Prof. Dr. Oscar Leite Alves nascido em São Carlos do Pinhal no dia 20 de março de 1902. Na faculdade de medicina tinha o costume de taquigrafar as aulas e vender para os colegas, por tal motivo ficou conhecido como "taquigrafo". No final do curso, em 1929, elaborou um novo método de taquigrafia. No dia 19 de fevereiro de 1929, sob o número 4.826, registrou o seu livro: “NOVO MÉTODO DE TAQUIGRAFIA”, no Ministério da Cultura. O aludido método, de fácil e rápido aprendizado, foi elaborado especialmente para nosso idioma.

A velocidade taquigráfica exigida em concurso vai depender do critério de cada instituição. No Censo Taquigráfico Brasileiro, feito em 2003, para a pergunta "Qual a velocidade exigida na prova técnica de registro taquigráfico?", as respostas (de instituições do Judiciário e do Legislativo no Brasil) variaram. Obtivemos as seguintes velocidades: 60 palavras por minuto, 70, 75, 80, 85, 90, 95, 100, 105, 108, 110, 115, 120. O tempo dos ditados também variaram: ditados de 5 minutos e ditados de 10 minutos. Alguns numa só velocidade, outros em velocidade crescente, por exemplo, cinco minutos de 100 a 110 palavras por minuto. 
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A rigor, todas as "palavras" entram na contagem, sem distinção. Cada palavra é contada como uma unidade, não importando quantas sílabas tenha. Assim, para efeito de contagem num ditado de taquigrafia, a palavra "de" é contada como uma palavra, assim como a palavra "incomensuravelmente". Pela lógica, não é um critério de contagem justo, porque o "de" tem apenas uma sílaba, enquanto "incomensuravelmente" tem oito. Na Europa e em outros países fora da Europa é costume a contagem por sílabas, não por palavras. Mas este sistema de contagem por sílabas, embora pareça um critério "justíssimo", não o é. E por que não o é? Pelo seguinte: há, em taquigrafia, o que se chama de "sinais convencionais". Um "sinal convencional" às vezes é apenas um pequeno sinal que vale para uma frase inteira. Por exemplo, a frase "Vossa Excelência me permite um aparte?", muito usada no Legislativo, tem um sinal especial. Mas esta frase, de apenas um sinal especial tem, na verdade, 15 sílabas! Então, serão contadas 15 sílabas, mas na realidade o taquígrafo vai fazer um só sinal taquigráfico. De modo que tanto a contagem por palavras quanto a contagem por sílabas não são - tecnicamente falando - justas. Mas são os dois critérios adotados no mundo inteiro. No Brasil, repito, a contagem é feita por palavras, qualquer palavra é contada como uma palavra, mesmo as de uma sílaba só. Quanto aos números, a contagem costuma ser feita em relação ao que é pronunciado (pois a taquigrafia é um sistema de grafia fonética). Assim, 15, embora tenha dois números (o 1 e o 5), é contado como uma palavra só, porque é assim que é pronunciado: "quinze". O número 2005 é contado como "quatro palavras", (dois-mil-e-cinco).

No idioma português, a velocidade taquigráfica alcança bem umas 140 palavras por minuto.   Talvez, um taquígrafo experiente, que treine velocidade todos os dias, e se utilize de grande número de sinais convencionais, consiga ir um pouco além. Mas vai depender muito das palavras empregadas num texto, num ditado. No caso de um discurso, de uma palestra, de um curso, vai também depender muito das palavras empregadas pelo orador. Em resumo: a extensão das palavras, a complexidade dos traçados taquigráficos, o ritmo, a cadência daquele que fala, tudo vai influenciar na desenvoltura, na fluência e na velocidade taquigráfica. É importante ainda salientar que o estado de espírito e o estado físico de um taquígrafo também exercem papel fundamental na velocidade taquigráfica.


6 comentários:

  1. Talves eu tenha que aprender taquigrafia pois, sou tao viciado em escrever e meu pensamentoe tao rapido que preciso acelerar essa tecnologia da palavra se nao vou acabar perdendo tempo, vou ate estudar alguns simbolos aqui hehehe Veja essa reportagem: http://www.youtube.com/watch?v=G6XAc0qtUPs

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  2. Quando aprendi a ler, entre os 3 e 4 anos, notei que não são necessários mais que 12 símbolos para se representar qualquer som, inclusive as onomatopeias. Aprendi, também, que uma criança pode ser alfabetizada em 3 horas, não corridas. Usei esse método para esinar meu irmão mais novo, Júnior (Jr), e alguns garotos de rua. Mais tarde, brincava com Jr e passamos a imaginar um "país perfeito" = Cítröen (usamos o nome do carro francês, que evoluiu para Centre (graf.: zzed-d+re). Levei a brincadeira a sério, e passei a elaborar um mapa (fictício) do país, seu idioma, seu sistema métrico e sua escrita de música. O sistema gráfico é o mesmo numérico, com 10 símbolos + 2 (reforço e nasal). O sistema de música utiliza os mesmos símbolos para designar as 12 notas, de A a G# (Lá a Sol sustenido). Utilizo-os na prática (o estudo do Esperanto me ajudou bastante, embora zzed-d+re seja ainda mais simples). A simplicidade das letras (aqui designadas com letras latinas, porque o computador não comporta os sinais), por serem de traçado simples e simétrico, facilitou muito seu uso, que adotei desde o 2º. ano ginasial até a faculdade, incluindo minhas agendas de trabalho e pessoal, minhas músicas e tudo o mais. Quando fiz um curso de taquigrafia, no SENAC de Manaus, em 1992 (método Taylor), vi que tinha muita semelhança com o meu sistema (eu tinha criado uma espécie de taquigrafia, ainda criança, e não sabia). Hoje, aos 55 anos, penso em registrá-lo e passar a ensinar. No editor do BR Office, que utilizo, usei o recurso de auto-correção para criar várias palavras completas abreviadas, como uma espécie de taquigrafia. Por ter 12 símbolos, rascunho meus trabalhos particulares utilizando apenas o teclado numérico, com a tecla Number Lock desativada, e os sinais de pontuação.

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  3. Contribuindo com o Blog: substitua seu fogão por um forno solar, pelo menos para fazer o almoço, Deixe o gás butano para as noites e os dias nublados. É bom para seu bolso e seus pulmões. Eu fiz isso, e vale a pena. Faça o seu próprio FS. Eu comprei um da Pleno Sol e tenho um projeto de aperfeiçoamento, que ainda não fiz por falta de verba. Alberto Moura (insequapável).
    [e-mail: albertoptmoura@gmail.com]

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  4. Não vi meus dois comentários. amanhã visito o "um Por Tudo" para conferir. Abraço.

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  5. Amigo lendo agora tava tempo, legal gostei.

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