Este é mais um impacto no meio ambiente provocado pelo aquecimento global. As águas da Antártida estão quentes o suficiente para a sobrevivência do caranguejo-real.
O aquecimento da água do mar possibilitou a viagem do caranguejo-real para o sul, atingindo locais, como a Antártida, onde não existiam caranguejos há mais de 40 milhões de anos.
Esta ocorrência é uma má notícia para os habitats marinhos da região. Os cientistas temem que animais autóctones como as estrelas-do-mar, mexilhões e esponjas sejam alvos fáceis para os caranguejos.
Sven Thatje e a sua equipe de investigadores estão tentando verificar quão rápida está sendo esta invasão. Para o efeito, colocaram uma câmera num barco quebra-gelo para possibilitar a observação dos caranguejos à medida que viajavam perto da península da Antártida. “Foram capturadas imagens de caranguejos-reais com cerca de 25 centímetros, que se moviam para um habitat marinho de criaturas que não viam dentes afiados ou garras nos últimos 40 milhões de anos.”
“Havia centenas,” alerta Thatje. “Ao longo da Península Antártida Ocidental encontramos grandes populações ao longo de 30 milhas. Foi impressionante.”
A temperatura da água do mar tem subido desde 1950, o que torna as águas quentes o suficiente para o caranguejo-real conseguir sobreviver na região.
A equipe de cientistas explicou que quando a água está muito fria o caranguejo-real não consegue remover o magnésio do seu sangue, elemento comum na água do mar, o que causa um efeito narcótico que afeta a sua locomoção e consequentemente, a sua sobrevivência.
Com o aquecimento da água esta “barreira de magnésio” pode desaparecer o que permitirá aos crustáceos viajarem para habitats que não estão preparados para estes predadores.
Este é um grande exemplo de como uma aparente pequena mudança no clima pode ter grandes impactes no ambiente, em muitos casos, de forma irreversível.
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