O que era para ser um rotineiro trabalho de restauração fez o quadro "Salvator Mundi" ganhar o status da mais recente obra de Leonardo da Vinci redescoberta. Vendida em 1956 por US$ 72 , a pintura - que será exibida na National Gallery em Londres numa mostra sobre o artista - vale, agora, US$ 191 milhões.
A limpeza do quadro evidenciou a apurada técnica usada para pintar a esfera de vidro que Cristo segura em uma das mãos. Para especialistas, apesar de Da Vinci ter sido muito imitado no século 16, o objeto transparente foi pintado tão brilhantemente que não poderia ser obra de um de seus discípulos.
Da Vinci era obcecado em criar soluções para efeitos translúcidos na pintura e para capturar os efeitos de luz - as mesmas questões apresentadas na pintura da esfera transparente.
Outra evidência é a túnica. O complexo movimento da peça lembra um desenho de Da Vinci exposto na Biblioteca Real, aparentemente um estudo para este quadro. A pintura também tem ligações com a "Última Ceia": o Cristo tem a mesma característica etérea e fugaz que a figura central da célebre obra de Da Vinci.
O número de trabalhos perdidos de Da Vinci quase se equivale ao de suas pinturas conhecidas. "Leda e o cisne", um nu provocante, foi provavelmente destruída por um membro religioso da família real francesa. "A batalha de Anghiari" foi escondida ou destruída a mando dos Médici. Um nu de Mona Lisa, o "Mona Vanna", é outra obra perdida. O quadro "Salvator Mundi" foi descrito em documentos do século 17, mas estava desparecido até o momento.
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