2 de julho de 2011

"Não respeitamos a ciência como deveríamos", diz James Cameron

O cineasta James Cameron lamenta que a sociedade só se importe com a ciência quando ela avança em campos do seu interesse, como as novas tecnologias, mas não faz sua parte quando o assunto é preservar o planeta.
Cameron, autor de "Avatar", que se transformou em uma referência para os ambientalistas, acaba de ser nomeado explorador honorífico ("Explorer in Residence") pela National Geographic Society e em entrevista à agência de notícias Efe lamentou: "Como sociedade, não respeitamos a ciência como deveríamos."
"Se os cientistas vêm o semicondutor, e isso resulta em computadores, celulares, iPhones, iPad, então aceitamos, mas não aceitamos as coisas que não queremos ouvir", assinalou o explorador, ambientalista e apaixonado defensor do ambiente que assumiu seu título com entusiasmo e responsabilidade.O cineasta assinalou: "Trinta por cento dos países não acreditam na evolução e a maioria dos países no mundo, incluindo Estados Unidos e alguns na Europa, não acreditam na mudança climática."
"Não é um prêmio, é um trabalho", assegurou Cameron, que trabalhará com a "National Geographic" em uma série de projetos com a emissora e a revista. Entre eles, uma série de documentários sobre o oceano, que quis realizar nos últimos 20 anos.
O título "Explorers in Residence" é uma distinção entregue a exploradores e cientistas cujos projetos conseguem captar o interesse e o apoio da sociedade.
O grupo inclui um seleto elenco de geógrafos, paleontólogos, arqueólogos e líderes em outras disciplinas. Junto com o cineasta, uniu-se o cientista espanhol Enric Sala.
Cameron assegurou que, como "contador de histórias", buscará chegar ao grande público, ensinando e despertando o interesse pela prospecção e o respeito ao ambiente. "A prospecção e a parte científica é uma coisa, e o contar a história é outra."
Nascido em Kapuskasing, uma localidade canadense de 8.000 habitantes, Cameron lembra que, apesar de ser um ambiente urbano, a floresta que a rodeia despertou seu interesse por explorar e o respeito pela natureza.
Seu filme "Avatar", narra o conflito entre humanos e os nativos do planeta Pandora. O enredo mostra como "os povos podem voltar guerreiros para proteger a natureza contra as incursões do mundo desenvolvido".
Uma situação com a qual, de maneira "simbólica", identificaram-se muitos países que têm que enfrentar assuntos como a degradação do ambiente, o deslocamento de tribos indígenas, assinalou o cineasta.
Cameron se manifestou contra a construção da usina hidrelétrica em Belo Monte, junto com alguns dos atores de "Avatar", como Sigourney Weaver.

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