13 de fevereiro de 2013
Rhythm & Hues pode ir à falência
A empresa de efeitos visuais Rhythm & Hues, que em 2012 foi responsável pelos efeitos de “As Aventuras de Pi”, “Branca de Neve e o Caçador”, “Jogos Vorazes” e “Django Livre”, pode ir à falência. Segundo o site TheWrap, a companhia estava com dificuldades financeiras, mas um empréstimo de U$S 20 milhões com três estúdios manteria a situação sustentável até que a Prime Focus, uma empresa indiana da área, a comprasse. O acordo, no entanto, não deu certo, e a Rhythm & Hues teve de entrar com um pedido de concordata, para se proteger da falência completa.
A Rhythm & Hues foi fundada em 1987 na Califórnia e venceu seu primeiro Oscar em 1996, pelos efeitos no filme infantil “Babe – O Porquinho Atrapalhado” (1995). Entre os diversos filmes nos quais trabalhou estão “Batman 2″ (1995), “O Pequeno Stuart Little” (1999), “X-Men” (2000), “Homens de Preto 2″ (2002), “Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei” (2003), “As Crônicas de Nárnia” (2005), “O Incrível Hulk” (2008), “Percy Jackson e o Ladrão de Raios” (2010) e “X-Men: Primeira Classe” (2011).
Na segunda (5/2), alguns membros da equipe da Rhythm & Hues foram demitidos, e, em uma tentativa de manter o otimismo, a empresa instruiu o resto dos funcionários a continuar trabalhando nos vários projetos que tiveram início antes das dificuldades financeiras, para que eles não sofram atraso e prejudiquem ainda mais a imagem da companhia – entre eles, as continuações de “300″, “Jogos Vorazes” e “Percy Jackson”, atualmente em pós-produção.
“É um negócio difícil”, disse Eric Roth, diretor executivo da Sociedade de Efeitos Visuais (VES, na sigla em inglês), ao site TheWrap. “Se uma data muda ou um incentivo fiscal é cancelado, uma companhia pode ficar seriamente ameaçada. Quando você vê o que aconteceu nos últimos anos – a globalização da indústria, a globalização da economia mundial e a recessão econômica -, não é uma história nova, mas é terrivelmente real”.
Muitas empresas de efeitos visuais abrem filiais em outros países que oferecem incentivos fiscais e subsídios. Este foi o caso da Rhythm & Hues, que se instalou em países como Canadá, Índia e Malásia. “Seguindo o pedido [de proteção contra a falência], a R+H [Rhythm & Hues] tentará assegurar financiamento para crescimento futuro”, declarou Lee Berger, presidente da Divisão de Filmes da Rhythm & Hues. “Eu acredito que vamos sair desta situação mais fortes, mais eficientes e tão prolíficos quanto somos agora.”
Nem todos, porém, têm o mesmo otimismo. “Eu tenho uma sensação horrível no estômago, [a Rhythm & Hues] é lendária”, disse Payam Shohadai, co-fundador da Luma Pictures, uma empresa de efeitos visuais de 100 funcionários que trabalhou em “Prometheus” e “Os Vingadores” em 2012. “É chocante e doloroso ver companhias com mais experiência e mais institucionalizadas passar por dificuldades assim.”
Roth também mostrou preocupação com a área de efeitos visuais como um todo. “A Rhythm & Hues era uma companhia bem dirigida, que tratava bem seus funcionários, entendia o mercado global, aproveitava os incentivos fiscais e mesmo assim encontrou problemas”, disse. “Quando algo assim acontece com uma companhia tão proeminente, você vê os resultados de um negócio que realmente precisa de maneiras novas para se modernizar.”
Provas da competência e do sucesso da Rhythm & Hues estão nos troféus que “As Aventuras de Pi” recebeu nos últimos meses por seus efeitos visuais, como o Bafta, o Annie Awards e o prêmio da VES. O trabalho da empresa ainda concorre a dois Oscars, por “Pi” e “Branca de Neve e o Caçador”.
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